1 de out. de 2009

Louvação





(poema lido em cima do caixote, na praça XV de Novembro, Marechal Hermes, durante o evento Literatura de Segunda, em 22-06-2009 e mencionado na crônica Privilégio)






Meu pai

Não foi herói nem guerreiro;

Foi trabalhador –

Carvoeiro.

D'além- mar veio procurar,

Com esforço, o sonho seu.

O procurado – nunca achou;

E o que achou – perdeu.

Já minha mãe foi camponesa;

Do inverno ao verão

Em campos de trigo e milho

Cavou-nos da terra o pão.

E no descanso fiava,

Rezava,

E contava histórias ao redor da lareira.

Não foi santa nem guerreira.

Minha mãe foi apenas –

Mãe!

2 comentários:

Teresa disse...

Adorei desse poema. Acho que tem tudo a ver com os personagens reais...
Releio-o sempre que posso. Deve ser porque, de alguma forma, também diz muito sobre meus próprios pais.

Jussara Neves Rezende disse...

Adorei o poema! Gostei especialmente de tê-lo conhecido agora, depois de ter lido os "Cacos", pois é como se eu tb tivesse conhecido seus pais e, assim, pudesse sentir melhor o poema.
Abraço!
;)

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