Falo daqueles que sonhamos dormindo e sobre os quais não temos o menor controle. Eu, por exemplo, já sonhei que namorava a Angélica, aquela loirinha global com pinta na coxa. Já pensou?! Mas acordei ainda nas preliminares...!!! Foi um tempo em que eu sonhava belos sonhos. Digo isto porque ultimamente tenho sonhado coisas ruins, às vezes até pesadelos. O último sonhei-o na madrugada de domingo para segunda (12/09). Foi assim o sonho:
Estava eu ajeitando alguma coisa na casa para onde ia mudar, a mesma para a qual já mudei há uns quatro anos, quando, terminado o serviço, entrei na sala e deparei com um homem trepado numa escada e furando uma parede. Era um profissional, velho conhecido, que chamara para fazer um reparo, mas nem eu sabia da sua presença ali, nem ele da minha. Surpreso, gritei: - Pedro Paulo! O homem assustou-se, desequilibrou-se e estatelou-se no chão, desacordado e sangrando. Apavorei-me. Pedro Paulo! Pedro Paulo! Acorda homem. Vou chamar uma ambulância pra te levar no hospital. Acorda, Pedro Paulo!
O homem acordou meio abobalhado, abraçou-se a mim e nos erguemos abraçados. Em seguida, acordei. Que alívio! Ufa!
O interessante é que esse homem não era Pedro Paulo, mas Zé Roberto, como disse um velho conhecido que não vejo há mais de vinte anos. Por que o chamei várias vezes de Pedro Paulo?
Pela manhã, no café, tentei decifrar o sonho, se é que é possível interpretar sonhos. José do Egito fez isso muito bem, prevendo a seca prolongada, mas contou com a ajuda prestimosa de Deus. Eu só tinha a ajuda de minha mulher.
Bem, Pedro Paulo é o corretor que está vendendo um apartamentinho meu, o que ainda não conseguiu, não por falta de comprador, mas porque o imóvel está ocupado por um inquilino que se demora em desocupá-lo. Roberto é titular da imobiliária que fez a locação e que agora está tentando desocupar o imóvel a meu pedido. Havia uma promessa do locatário em mudar do apartamento no dia 10, mas eu não estava certo, pois outras tantas promessas haviam sido descumpridas. Não pude me comunicar com o Roberto, portanto não sabia o que de fato acontecera. E a tensão foi aumentando...
Para nós, eu e minha mulher, estava claro: a mudança não era senão a do inquilino, desocupando o nosso imóvel, já que o sonho envolvia o Pedro Paulo – corretor – e o Roberto, da imobiliária. E mais: a circunstância onírica de eu me levantar abraçado a Zé Roberto/Pedro Paulo, indicava um final feliz para a estória. Pois.
E afinal, perguntarão vocês, o inquilino mudou-se?
Ainda não. Não pude conversar com o Roberto na segunda-feira, falei com ele na terça. Na quarta (hoje/14) o inquilino tem agenda na Caixa para assinar escritura de compra de um apartamento por ela financiado, negócio que vinha perseguindo há meses. Mais um final de semana para pintura e se muda dia 24, entregando as chaves a 26. Aleluia!
Creio que o meu sonho foi uma espécie de pressentimento ou premonição de fatos vindouros, a confirmar dia 26. Ou não. Mas agora estou confiante.
E por que nos conta tudo isso, Senhor Vô Tônico, estarão intimamente perguntando os caríssimos leitores. Simples, porque não tinha nada melhor para lhes contar. E não me venham pedir que interprete seus sonhos. Estou fora dessa! Cada um é o melhor intérprete para seus sonhos, quer os que se sonham dormindo, quer os que se sonham acordado.
Nessa questão de sonhos que se sonham dormindo, só quero uma coisa: voltar a sonhar com a Angélica pra terminar o que apenas começara quando acordei, se é que vocês me entendem, há! há! há! há!
Perdão, leitores, perdão.