(poema lido em cima do caixote, na praça XV de Novembro, Marechal Hermes, durante o evento Literatura de Segunda, em 22-06-2009 e mencionado na crônica Privilégio)
Meu pai
Não foi herói nem guerreiro;
Foi trabalhador –
Carvoeiro.
D'além- mar veio procurar,
Com esforço, o sonho seu.
O procurado – nunca achou;
E o que achou – perdeu.
Já minha mãe foi camponesa;
Do inverno ao verão
Em campos de trigo e milho
Cavou-nos da terra o pão.
E no descanso fiava,
Rezava,
E contava histórias ao redor da lareira.
Não foi santa nem guerreira.
Minha mãe foi apenas –
Mãe!
2 comentários:
Adorei desse poema. Acho que tem tudo a ver com os personagens reais...
Releio-o sempre que posso. Deve ser porque, de alguma forma, também diz muito sobre meus próprios pais.
Adorei o poema! Gostei especialmente de tê-lo conhecido agora, depois de ter lido os "Cacos", pois é como se eu tb tivesse conhecido seus pais e, assim, pudesse sentir melhor o poema.
Abraço!
;)
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