17 de ago. de 2022

 Tempos Modernos


          Nenhuma alusão ao filme (excelente!) de Charles Chaplin. Mas também aqui trata-se da relação  do ser humano com as tecnologias de ponta, com as máquinas.

          Tenho um computador no qual faço algumas coisinhas, poucas, principalmente produzir textos como antigamente se fazia na máquina de datilografia. Minha relação com ele é amigável, porém sem grande intimidade. Nem quero mais que isto.

          O problema surge quando necessito acessar dados ou informações, ou ainda fazer agendamentos diversos. Aí é que a porca torce o rabo! Vem um robozinho falar comigo, geralmente com voz feminina. Falar não, monologar. Espero a opção "falar com um atendente". E espero. Espero. Com aquela musiquinha, que todos conhecem e não é má. Serve para acalmar os nervos, a essa altura já quase em frangalhos! Não raro, vem outro robozinho me tapear.

          Eu quero falar com alguém, digo às vezes quase aos gritos! Robô é máquina! Robô é ninguém!

          É ridículo, se não for cruel!

          Quando finalmente sou atendido por alguém, resolvo rapidamente minhas pendências e caio fora, aliviado e me sentindo um herói.

          Sei que estes procedimentos virtuais são bons para as empresas, que minimizam custos, mas são péssimos para os clientes e péssimos para o mercado de trabalho..

          Resumindo: eu, que ao longo da minha vida nunca briguei com alguém, agora brigo com ninguém.   

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