7 de mar. de 2022

     Não é ficção. É real e online!


          Fiz, neste blog, em 21 de abril de 2020, um breve comentário sobre o filme "A lista de Schindler" intitulado "Em frente à telinha", como podem ver mais abaixo.

          As cenas que mais me impactaram (quase às lágrimas) foram as de uma menininha de casaquinho vermelho caminhando junto a um grupo de judeus que seriam levados a um campo de concentração. Ausentes os pais, caminhava só. Até ver uma porta aberta. Entrou, subiu e escondeu-se embaixo de uma cama. Avançando no roteiro, apareceu com seu casaquinho vermelho junto a uma pilha de outros cadáveres.

         O filme é histórico, claro. A menininha está ali representando centenas (milhares?) de crianças que pereceram naquela guerra. Ficcional embora, a personagem é absolutamente verossímil!

         Agora vejo cenas passadas na UCRÂNIA.

         Várias meninas e meninos em seus casaquinhos coloridos e toucas na cabeça, junto a mães (e pais, eventualmente) ultrapassando a fronteira com a Polônia, ou prestes a fazê-lo. E um menino com ursinho de pelúcia na sacola caminha só, chorando. Aparentemente perdido dos pais, as pessoas que passam não lhe dão atenção, focadas que estão na própria fuga e dos seus. Talvez o menino e outras daquelas crianças não saibam o que realmente acontece. Vão visitar um parente além fronteira, estão viajando, felizes. Menos o menino que chora, mas caminha, sabe que precisa caminhar como a menininha da ficção sabia que precisava se esconder.

         Disse no comentário mencionado acima, e repito agora, com multiplicada veemência e trazendo o verbo para o presente:

         Como podem representantes da humanidade do século XXI perpetrarem tamanha atrocidade como o fizeram os facínoras do passado, tendo por motivação principal um projeto de poder?

         O povo ucraniano não merece isso!

         O povo russo não merece isso!

         O povo europeu não merece isso!

         A humanidade não merece isso!  

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