17 de ago. de 2022

 Tempos Modernos


          Nenhuma alusão ao filme (excelente!) de Charles Chaplin. Mas também aqui trata-se da relação  do ser humano com as tecnologias de ponta, com as máquinas.

          Tenho um computador no qual faço algumas coisinhas, poucas, principalmente produzir textos como antigamente se fazia na máquina de datilografia. Minha relação com ele é amigável, porém sem grande intimidade. Nem quero mais que isto.

          O problema surge quando necessito acessar dados ou informações, ou ainda fazer agendamentos diversos. Aí é que a porca torce o rabo! Vem um robozinho falar comigo, geralmente com voz feminina. Falar não, monologar. Espero a opção "falar com um atendente". E espero. Espero. Com aquela musiquinha, que todos conhecem e não é má. Serve para acalmar os nervos, a essa altura já quase em frangalhos! Não raro, vem outro robozinho me tapear.

          Eu quero falar com alguém, digo às vezes quase aos gritos! Robô é máquina! Robô é ninguém!

          É ridículo, se não for cruel!

          Quando finalmente sou atendido por alguém, resolvo rapidamente minhas pendências e caio fora, aliviado e me sentindo um herói.

          Sei que estes procedimentos virtuais são bons para as empresas, que minimizam custos, mas são péssimos para os clientes e péssimos para o mercado de trabalho..

          Resumindo: eu, que ao longo da minha vida nunca briguei com alguém, agora brigo com ninguém.   

26 de jun. de 2022

                     


                      Mundo, mundo

               Virtual.

                Ah! que saudades do

                Analógico!           

7 de mar. de 2022

     Não é ficção. É real e online!


          Fiz, neste blog, em 21 de abril de 2020, um breve comentário sobre o filme "A lista de Schindler" intitulado "Em frente à telinha", como podem ver mais abaixo.

          As cenas que mais me impactaram (quase às lágrimas) foram as de uma menininha de casaquinho vermelho caminhando junto a um grupo de judeus que seriam levados a um campo de concentração. Ausentes os pais, caminhava só. Até ver uma porta aberta. Entrou, subiu e escondeu-se embaixo de uma cama. Avançando no roteiro, apareceu com seu casaquinho vermelho junto a uma pilha de outros cadáveres.

         O filme é histórico, claro. A menininha está ali representando centenas (milhares?) de crianças que pereceram naquela guerra. Ficcional embora, a personagem é absolutamente verossímil!

         Agora vejo cenas passadas na UCRÂNIA.

         Várias meninas e meninos em seus casaquinhos coloridos e toucas na cabeça, junto a mães (e pais, eventualmente) ultrapassando a fronteira com a Polônia, ou prestes a fazê-lo. E um menino com ursinho de pelúcia na sacola caminha só, chorando. Aparentemente perdido dos pais, as pessoas que passam não lhe dão atenção, focadas que estão na própria fuga e dos seus. Talvez o menino e outras daquelas crianças não saibam o que realmente acontece. Vão visitar um parente além fronteira, estão viajando, felizes. Menos o menino que chora, mas caminha, sabe que precisa caminhar como a menininha da ficção sabia que precisava se esconder.

         Disse no comentário mencionado acima, e repito agora, com multiplicada veemência e trazendo o verbo para o presente:

         Como podem representantes da humanidade do século XXI perpetrarem tamanha atrocidade como o fizeram os facínoras do passado, tendo por motivação principal um projeto de poder?

         O povo ucraniano não merece isso!

         O povo russo não merece isso!

         O povo europeu não merece isso!

         A humanidade não merece isso!