10 de abr. de 2024
Franguinha
9 de abr. de 2024
Malandro demais também se atrapalha
O marido de D. Maria era oficial de máquinas da Marinha Mercante, e nessa função ausentava-se em viagens longas e demoradas. Sozinha nessas ausências, Maria fechava portas e janelas de sua casa em bairro de Belém do Pará. De tal modo sentia-se mais segura.
Certa feita, notou que alguém cutucava, por fora, a parede junto à porta, mais ou menos na altura da fechadura. Quem quer que fosse, não tinha boas intenções, por óbvio. Pretendia abrir buraco, introduzir a mão e abrir o trinco, adentrando na casa, deduziu Maria.
Calmamente, sentou-se em cadeira frente à porta e esperou, facão na mão.
Terminada a violação e introduzida a mão, Maria desfechou-lhe um golpe. O malandro saiu correndo e sangrando.
Calmamente, Maria lavou o sangue derramado na calçadinha entre a porta e o portão.
17 de fev. de 2024
A mulher esperta e seu menino
Às seis da manhã, como de costume, fui à padaria comprar pão. Na volta topei com uma mulher, jovem ainda, com bebê ao colo. Viera de Ricardo de Albuquerque, na baixada fluminense, em busca de atendimento médico para o menino, que não evacuava há dias. Na UPA de Marechal Hermes não havia pediatra, em vista do que pedia ajuda para retornar a Ricardo. Pensei em dizer-lhe: já foi na Clínica da Família, do outro lado da ferrovia? Só pensei. Abri a carteira, tinha apenas uma nota de 20 reais. E no fundo do bolso algumas moedas que não davam uma passagem de ônibus.
Olhei então o menino. Não me pareceu doente: não apresentava sinais de dor ou choro, olhos muito vivos, rostinho de saúde, só faltava sorrir.
Antes que pensasse em trocar o dinheiro na padaria, disse-me a mulher:
— Se me der os 20 reais, será muito abençoado.
Dei.
E afastei-me com a sensação de ter sido, mais uma vez, enganado. Mas serei abençoado, embora já me sinta abençoado pela vida que tive até aqui. Benção, porém, nunca é demais. Aleluia!