Minas de mim
Autora: Jussara Neves Rezende
“Doutora em literatura por amor aos livros mesmo antes de saber ler; pesquisadora para ir além da escrita e escritora para reinventar a vida”.
Me desço e me subo
ladeira que eu sou,
me dispo, me busco,
mineira – eu vou.
Descubro histórias
de minas de mim.
Minérios, explosivos
segredos me fazem assim.
De altos e baixos,
de sim e de não,
sou toda relevos
e casarões.
Jussara é uma das coisas boas que me aconteceram na Internet. Não fui eu quem a descobriu, mas ela é que descobriu a mim: um dia (07/01/2013) acessei o Vô Tônico e lá estava a carinha dela no Google Friend Connect e comentários na minha crônica “O início da idade da razão”. Daí em diante passamos a nos visitar virtualmente, eu no seu maravilhoso blog, o “Minas de mim”, trocamos livros e alguns e-mails. Sem que eu pedisse ou sequer insinuasse, Jussara produziu uma resenha do meu “Cacos da memória” que me deixou de queixo caído*.
Além da poesia, descobri em seus versos uma pessoa profundamente humana e sensível. Agora ofereço a vocês uma pequena amostra do talento poético de Jussara, nestes três poemas, ou "minas", publicados no seu livro “Minas de mim”. Encantem-se como eu me encantei.
Romantismo
Para os românticos, se a dor era tanta,
viravam lágrimas estrelas do céu,
bosques gemiam nas noites de lua,
cascatas e soluços sinônimos eram.
Para mim, que não sou romântica,
tudo tem sua exata dimensão:
cascatas, bosques e estrelas
não são senão o que são.
Por isso, se a dor minha é muita,
mergulho fundo no fundo de mim:
não há paisagem que melhor entenda
as mágoas dos sonhos que me fizeram assim.
E assim vou levando a minha dor,
romântica, sem dúvida, a seu modo.
Pobre dor romântica que não encontra
nem uma estrela disposta a chorar!…
Perdidos dias
Desmaiam os dias, malbaratados
que são por destroçados gestos,
por palavras vacilantes, abissais,
insuficientes como a própria vida.
Inexoràvel é o tempo que os consome
pondo rachaduras nas paredes,
nas faces e nos corações dos homens,
dissipando qualquer esperança.
Nada deixam se não deixam ternura
e as horas inutilmente alongam-se
se é imensurável a solidão e o desalento.
Esta a grande insensatez do tempo:
dispersa os momentos mais felizes,
faz longos demais os que não se quer viver…
Veja aqui mais minas de Jussara
*http://minasdemim.blogspot.com.br/2013/05/cacos-da-memoria-de-joao-antonio.html
Veja aqui mais minas de Jussara
*http://minasdemim.blogspot.com.br/2013/05/cacos-da-memoria-de-joao-antonio.html
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Me faça esse carinho
7 comentários:
João Antônio,
estou de saída pra uma pequena viagem. Entrei por um segundo na internet apenas para xeretar alguma notícia importante (pois estarei sem conexão até segunda) e eis que descubro a melhor: na página lateral do meu blog, na relação de blogs que leio, a capa do meu Minas de mim! Surpresa boa! Vc havia dito que falaria sobre a minha poesia, mas eu não podia imaginar quando; além disso, o carinho com que o fez superou minhas expectativas. Estou aqui com um riso parado no rosto enquanto escrevo :)
Muito obrigada pelo carinho e pela bela escolha de poemas para figurarem aqui: o "Minas de mim", para explicar o título do livro e do meu blog, e os outros dois, muito queridos meus. Alegra-me que a minha poesia tenha lhe alcançado do modo que tem que ser, para além da leitura!
Obrigada pela amizade e pela companhia ;)
Abraço e úm ótimo fds!
Comungo, com você, a admiração pela Jussara!
Obrigada por este petisco literário!
Um abraço!
Egléa
João
Que linda homenagem prestaste pra Jussara.
Ela é ótima, adorei as poesias, e gosto muito da
pessoa que ela é, mesmo sem conhecê-la pessoalmente
um beijo
Regina Célia
Muito linda homenagem com algumas das maravilhas de uma poetisa das Gerais.
Gostei do li e aguçou minha vontade de ler o livro.
Parabens pela postagem carinhosa.
Abraços.
Minha mãe leu o "Cacos da Memória" na semana passada. Gostou demais! Pediu que lhe dissesse que vc a inspirou a escrever as memórias dela... e vai abri-las com uma referência aos "Cacos"... ;)
Abraço!
Jussara, fico feliz por ter inspirado sua mãe e por ela ter gostado do "Cacos". Diga-lhe que desde já fico esperando por suas memórias, e dê-lhe um abraço por mim. Abraços.
Jussara, fico feliz por ter inspirado sua mãe e por ela ter gostado do "Cacos". Diga-lhe que desde já fico esperando por suas memórias, e dê-lhe um abraço por mim. Abraços.
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