14 de mai. de 2017

Dia de mãe

Dia desses, estando em São Gonçalo, acordei cedo e fui à padaria tomar um café. Mais ou menos 6 horas da manhã.
Ninguém no ponto de ônibus, apenas o fiscal da empresa. Estranhei, haja vista ser o horário mais concorrido.
Ao passar pelo fiscal, cumprimentei-o e notei um grupo de pessoas afastadas sob um telheiro em frente ao ponto. Na esquina próxima, duas pessoas. E mais além, na esquina da padaria, mais três ou quatro que pareciam não estar esperando a padaria abrir. Que por sinal abria naquele momento.
Peguei o meu café e sentei-me em cadeira na calçada apreciando aquela paisagem humana. Na esquina em frente uma senhora acompanhava um adolescente, provavelmente filho. Não conversavam. A mãe olhava o ponto de ônibus e o rapaz, homenzinho que era, parecia insatisfeito com a escolta materna.
Vem o ônibus. Imediatamente aquelas pessoas, e outras que surgiram das casas, movimentam-se apressadamente em direção ao ponto como formigas dispersas repentinamente atraídas pelo cheiro estimulante de um grão de açúcar.
Lembrei-me então  do que me contaram. Há dias, dois bandidos motorizados e armados chegaram naquele horário e assaltaram todo o grupo que aguardava a condução; fizeram uma "limpa": dinheiro, relógios, celulares, tudo.
A mãe permanece na esquina até que seu filho e todos embarquem, e se afasta lentamente. Ainda se volta para ver a passagem do coletivo. E segue. Leva apenas uma certeza: seu filho partiu bem...    

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