17 de nov. de 2013

Mais minas de Jussara

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Barroquismo

Uma música barroca
mistura a minha indecisão
à do outono.
Dividida
pelos anseios da minha alma
e da minha carne
também sou barroca.
Meio anjo bom,
meio mau,
olho a noite,
incerta.
A própria mornidão do outono,
nem frio nem calor – barroca.
O século de Matos se esparrama
inteiro
- barro e sopro -
sobre a noite…
Metade de mim
                                        quer fugir.

Astrolábio

Quem medirá a distância exata
entre as estrelas,
entre a flor e o perfume,
entre o pensamento e a palavra,
a palavra e o gesto,
o gesto e o olhar?

Quem poderá medir a distância
entre o olhar e o desejo,
o desejo e o sonho,
o sonho e a loucura,
a loucura e a paixão,
a paixão e a vida?

Quem poderá,
ao medir o caminho de Sírius,
dizer não ou dizer sim
e ter certeza?

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Me faça esse carinho

3 comentários:

Jussara Neves Rezende disse...

Oi, João Antônio,
fiquei feliz com a notícia de mais uma publicação aqui e curiosa para saber quais os poemas vc havia escolhido... rs. Gosto muito dos dois, ambos marcados pela dúvida - meu eterno motivo de poesia!
Obrigada!
Abraço da
Jussara

Joao Antonio Ventura disse...

Foi por isso que os escolhi, por serem parceiros na dúvida, a grande angústia barroca. Também por isso (não só) eu disse que você é profundamente humana. Abraços.

Esther Alcântara disse...

Obrigada pela visita, João! Que seu Natal seja também muito feliz, sem espaço entre o que sonha e a realidade!

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