Aventura na serra
Era sempre um dos primeiros a levantar, ainda no lusco-fusco da manhã. E sendo a fazenda produtora de gado e leite, minha primeira agenda na Camaçari foi ir ao curral apreciar a ordenha, a cargo do Veinho e do Neca, filhos do José Barbeiro. Depois do bom café da manhã, com cuscuz de milho e leite fresquinho, preparado ou orientado por D. Laurita, conheci outro personagem da fazenda – o Pedrinho – que andava a criar alvoroço entre as crianças no pátio, e segundo dizem, protegido de Juliana, a nora de Laurita, que entretanto não confirma a proteção ao sapinho. Mas dizem que o bichinho costuma agasalhar-se na cozinha e Juliana não se incomoda, até mesmo faz vistas grossas.
Pedrinho |
A Camaçari ao fundo |
Degraus e patamares |
Ao descer, por um breve instante lembrei da leitura que fez a delícia da minha pré-adolescência: Expedição aos Martírios, literatura juvenil de Francisco Marins. Martírios é a lendária serra por onde teria passado o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva – o Anhanguera – nos sertões de Goiás. Em Martírios o ouro brotava do chão! Nesta serra que eu descia, o que brotava do chão eram as formigas de fogo, miudinhas, vermelhas e terríveis em suas ferroadas. Safei-me delas olhando atentamente onde pisava.
Fim da aventura |
A modorra da tarde, porque todas as tardes são modorrentas, principalmente para quem não tem obrigações a cumprir, foi quebrada por estrepitosa trovoada e chuva grossa. Parte do prolongamento da varanda construído no dia anterior, ruiu. O nosso acampamento também sofreu: quase desaba o plástico que o cobria e uma das barracas teve de ser desmontada.
Mas chuva de verão é passageira e pouco depois o forró já sacudia na varanda.
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2 comentários:
Que gente animada! Forro mesmo depois da jornada!
O José Barbeiro é festeiro mesmo.
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